Os caminhos da legislação eleitoral no Brasil sempre foram definidos ao sabor de interesses partidários e, em maior medida, políticos. Assim é que depois de prorrogar por mais dois anos a gestão que tomou posse em 1977, e que só se encerrou em 1982, a Justiça Eleitoral determinou que o mandato seguinte, 1983/1986, na verdade se estendesse até 1988, sob a justificativa de que seriam realizadas em outubro de 1982 eleições gerais.
Pior que as eleições gerais, que elegeu desde presidente da República até vereador, foi a imposição de uma regra que, logo depois, se viu equivocada, diante das mudanças partidárias que os políticos estavam acostumados até então: o voto casado, que na prática levou o eleitor a votar num só partido, em todos os cargos em disputa.
A nona composição legislativa em Mairiporã novamente ampliou o número de cadeiras, passando de 11 para 13, com apenas dois partidos conquistando representação: o PMDB (que sucedeu o MDB) e o PDS (sucessor da Arena).
Foi um dos mais disputados pleitos para o Legislativo, que deixou de fora nomes expressivos até então. O resultado final apontou 7 eleitos pelo PDS (que elegeu o prefeito) e 6 pelo PMDB. A título de ilustração, o pleito para prefeito reuniu quatro candidatos, dois de cada partido, que ao final somaram os votos para conhecer o eleito.
Com a decisão de disputar a Prefeitura, a Câmara perdeu a única vereadora que tinha, Maria Zeza Gomes de Oliveira. A efervescência política foi intensa nesse período de seis anos e a Câmara, em parte, foi a protagonista. Os últimos dois anos foram marcados pela eleição de três presidentes. O primeiro, Flávio Gianesella, renunciou antes do término de 1987, abrindo espaço para Miguel Nagib Moussa, que um ano depois deixou o posto para Antônio Ozório Mendes da Silva.
Também foi a gestão de um mandato só para seis vereadores, que não conseguiram a reeleição no pleito seguinte.
Texto produzido por Wagner Azevedo