No longínquo ano de 1948 Mairiporã conseguia finalmente sua emancipação, e passou a ter a obrigação de escolher prefeito e vereadores para administrá-la. E foi assim que a população foi às urnas pela primeira vez, dando início ao processo democrático que vigora até hoje. Da primeira posse já se passaram 65 anos de dois poderes que se completam: Executivo e Legislativo. Ao todo, são dezesseis legislaturas em que a vontade do povo foi soberana.
Se a posse foi em janeiro de 1948, a eleição se deu no início de novembro de 1947, precisamente no dia 11 do mesmo mês as primeiras autoridades foram diplomadas no Palácio da Justiça, em São Paulo.
Cidadãos e cidadãs deram sua contribuição ao longo dos anos para que a cidade crescesse e solucionasse os problemas que iam aparecendo. A primeira composição da Câmara contou com 15 vereadores e durante os quatro anos de mandato foi presidida por apenas um vereador. A escolha de dois presidentes (um a cada biênio) só surgiu em meados de 1956.
As quinze primeiras cadeiras foram ocupadas apenas por homens, já que o ingresso da mulher na política local demorou pelo menos duas décadas.
Famílias tradicionais de Mairiporã lançaram candidatos e os poucos segmentos da sociedade da época praticamente conseguiram eleger representantes. Alguns deram prosseguimento em suas carreiras políticas, outros desistiram e alguns chegaram a ocupar a chefia do Executivo em mandatos seguintes.
Com poucos recursos e muito por fazer, a Câmara auxiliava no que podia o primeiro prefeito eleito (Bento Oliveira Nascimento) e essa união foi fundamental para a consolidação do município e na luta pela busca de dinheiro na esfera estadual.
A curiosidade é que a primeira composição da Câmara começou quando a cidade ainda se chamava Juqueri. A mudança de nome veio apenas um ano depois, em 1949, já no segundo ano de governo municipal.
Ao longo das próximas semanas este jornal vai contar a história da Câmara, de todos aqueles que por ela passaram e algumas curiosidades que marcaram a política mairiporanense e, em especial, a legislativa, em 65 anos de existência.
Texto produzido por Wagner Azevedo